sábado, 2 de janeiro de 2010

Platão e O Mito da Caverna

O Mito da Caverna, como muitos já sabem, consiste numa premissa que, segundo Platão, descreveria atemporalmente o caminho percorrido pelo filósofo em relação a todas as outras pessoas.

Aos que o desconhecem:

Resumidamente, todos os seres humanos estariam inicialmente no fundo de uma escura caverna, acorrentados de forma que só poderiam observar sua parede.
Nesta parede seria possível observar reflexos, sombras com as formas dos corpos originais do mundo de fora da caverna. Sombras dos animais, sombras das plantas e de tudo mais que existiria. E com o passar de algum tempo, as pessoas passariam a acreditar em tais sombras como sendo as verdadeiras formas dos seres que as originaram.

Assim, o verdadeiro filósofo seria aquele capaz de desenvolver uma atitude crítica e reconhecer sua ignorância e a dos outros em relação à crença de tais sombras como sendo verdadeiras. Uma vez 'despertado', o filósofo se libertaria das correntes do fundo da caverna e a atravessaria.
Depois, diante da entrada, ocorreria o espanto com o vislumbre do mundo exterior.
Já do lado de fora, ele poderia observar os animais como realmente são, as verdadeiras cores e formas das plantas e de tudo mais que havia para se ver verdadeiramente .

Então, quando o filósofo retornaria à caverna para alertar todas as outras pessoas que de o que vêem não é a realidade, elas questionariam sua sanidade. Pois muitas delas já teriam a mente totalmente presa à escuridão e continuariam a acreditar que as sombras são a verdadeira natureza das coisas que as originam. Ou estariam convencidas de que a realidade e o conhecimento que as sombras lhes proporcionam já lhes são suficientes.
Assim, o filósofo seria condenado à morte, por todos os que não o compreendem ou simplesmente discordam de suas ideias.
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É possível perceber no último trecho uma clara menção por parte de Platão ao trágico destino de seu mestre Sócrates, condenado a beber um cálice de cicuta.

Por outro lado, o mito nos trás de volta aquela ideia de que somente o sujeito que não se deixa limtar pelo que as coisas parecem ser, mas sim atenta-se para como são em essência, pode ser considerado filósofo.

Além disso, é interessante notar que tais conceitos podem ser aplicados, com certas adaptações, a qualquer período da história, tornando-o, como já foi dito, atemporal.

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